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Profissional do Município comenta sobre diagnóstico do autismo e cuidados

Neste mês de abril acontecem diversas ações de conscientização à população sobre a inclusão de pessoas com autismo na sociedade, assim como dar visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), através do ‘Abril Azul’.

O autismo é um transtorno no desenvolvimento caracterizado pelo atraso no desenvolvimento das habilidades sociais, comunicativas e cognitivas e é possível perceber sinais de alerta no neurodesenvolvimento já nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos dois ou três anos de idade.

“Percebendo alguns sinais, os pais devem procurar um profissional fonoaudiólogo, pediatra, enfermeiro e/ou médico clínico geral da Estratégia de Saúde da Família de referência o mais breve possível, para que as intervenções necessárias sejam realizadas o quanto antes”, enfatiza a fonoaudióloga do Município de Palmeira, Beatriz Mendes Belo Stelle.

Beatriz atende quase que diariamente a pacientes com autismo, realizando, atualmente, atendimento de nove pacientes diagnosticados com o transtorno. “O diagnóstico de TEA é essencialmente clínico, feito a partir de observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos. Não existem exames de imagem que mostrem que a criança tenha autismo. Por isso é extremamente importante observar o crescimento e desenvolvimento da criança nos seus primeiros anos de vida pelos pais, familiares e profissionais que as acompanham”, conta a fonoaudióloga.

Na maioria dos casos, o TEA observa-se em ações como falas ou movimentos estereotipados ou repetitivos, grande necessidade de ter uma rotina rigidamente controlada, sendo que pequenas alterações causam sofrimento, fixação grande por um tema, reação extremada em relação a estímulos sensoriais e preferências alimentares ou a chamada seletividade alimentar.

Causa

A causa do TEA é desconhecida. Evidências científicas apontam que não há uma única causa, mas sim a interação de fatores genéticos e ambientais, entre os quais pode se destacar a relação mãe-filho como uma das principais.

“Estudos recentes demonstram uma grande influência da mãe e/ou do cuidador primário no desenvolvimento neurobiológico e psicológico da criança. A mãe parece tamponar os fatores estressantes dos meios internos e externos do bebê. Essa proteção, associada a estímulos táteis, visuais e auditivos, assim como à tradução e satisfação das necessidades do bebê, possibilitará o desenvolvimento de capacidades positivas pré-programadas geneticamente”, comenta Beatriz.

Tratamento

O principal objetivo do tratamento do autista é reduzir os sintomas a partir do aprendizado e desenvolvimento para melhorar as habilidades sociais e comunicação dessas pessoas. “Ressalta-se que o tratamento oportuno com estimulação precoce deve ser preconizado em qualquer caso de suspeita de TEA ou desenvolvimento atípico da criança, independentemente de confirmação diagnosticada”, destaca a fonoaudióloga do Município.

O autismo não afeta somente a pessoa que tem o transtorno, mas impacta a rotina de toda a família. Os cuidados para uma criança autista e os desafios que os pais têm que enfrentar podem ser muito exaustivos, física e emocionalmente.

“Existem alguns pontos que podem auxiliar e ser muito úteis para conviver melhor com a questão. Construir uma rede de apoio, com suporte de uma equipe de profissionais qualificados e de confiança, como psicólogos, psiquiatras, pediatras, nutricionistas ou neuropsicólogo, além de tirar um tempo para si mesmo. Isso evita que seus relacionamentos pessoais e familiares sejam afetados pela rotina”, comenta Beatriz.

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